quarta-feira, setembro 20, 2006

in-propria com a filosofia

Há dias acordei e imediatamente fui invadida pelas questões que mais atormentam a maior parte das pessoas: Dão chuva p' hoje? Que filme vai o Expresso oferecer no próximo sábado? O que é que hei-de fazer p' jantar?
A pensar nisso, fui ao talho e quando lá cheguei estava apenas uma cliente, que terminava o seu pedido. Como é seu hábito, o dono do talho pergunta
Então, o que é que vai ser hoje?
Estou indecisa...não sei…
desabafei
Isso não temos; aqui só se vende carne! disse ele
Pois…aqui não se vendem certezas, não é?! – disse eu
Claro está que olhámos uns para os outros e rimos. Que mais poderíamos nós fazer?! Ali, entre picanhas e maminhas, moelas e pipis, percebemos a mais aterradora das verdades: as tais certezas são muito difíceis de encontrar, e desta vez nem as páginas amarelas nem o jornal ocasião nos iriam valer!
…certezas, certezas, só existiam duas: eu iria fazer entrecosto para o jantar e a outra cliente costeletas!

Isto tudo pôs-me a pensar que, afinal de contas, a filosofia é como Deus – está em todo o lado… é preciso é estar atento…

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Que saudades da altura onde não havia a necessidade de pensar em certezas..era tão bom a nossa mocidade onde sem um pingo de preocupação tinhamos toda a certezas do mundo sem refletir nelas nem ter de contar com elas.
No fundo acho que isto me faz entender que o meu pai sempre foi o talhante,certezas de facto nunca me as deu(também não tinha necessidade delas)mas havia sempre carne para o jantar.Hoje sou eu que compro a carne.. e da-me um tipo muito especial de saudade do "talhante das certezas" que tinha la por casa.o que me vai valendo mm assim é o leitor de cd´s do carro onde posso sempre utilizar a "máquina do tempo" e voltar atrax onde pensava somente no importante da vida -"meninos hoje vamos sair;Just Boy vai ser só curtir..;veste a camisola amarela;espera-me juntinho a janela;pois os meus pais não me querem deixar sair;logo hoje que tenho mesmo de ir...."da-me mesmo aquele afago na alma ,da mesmo sensação de caldo-verde quentinho....

Obrigado pelo cantinho para a minha filosofia barata

2:21 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Obrigado, Filipa! Respirei fundo a ler este post e isso raramente me acontece.

Qualquer palavra a mais era supérfula. Tenho a certeza.

Às vezes invejo a simplicidade, e poucas coisas são mais delicioas que um simples entrecosto grelhado com sal. Perdoem-me os vegetarianos e os hipertensos (ou não, que me importa)!

Certezas só tenho uma (mentira, tenho mais)- e não é a da morte, que essa, ainda vou esperar que ma provem - mas sim de que os grandes males da humanidade são as suas inquestionáveis certezas.

Obrigado, Filipa! Respirei fundo a ler este post e isso raramente me acontece.

Adoro-te! Nor

12:11 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Se calhar é um bocado impróprio, mas é só para mandar um beijo desta Gent(e).

2:05 da tarde  

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