segunda-feira, agosto 15, 2005

in-propria no tacho

PROCURA-SE

Bonnie & Clide

Este perigoso casal evadiu-se da cadeia.

Recompensa a quem os encontrar, vivos ou mortos!

terça-feira, agosto 09, 2005

in-propria para adultos

Ali estava eu, a saborear um dia de ferias, quando dois rapazinhos sentaram-se na minha mesa com um atrevimento inocente. Fiquei imediatamente deliciada a vê-los trincar palhinhas e a ouvir sair das suas bocas “quando eu era pequeno…”
Mais tarde, juntou-se a eles um outro rapaz, um pouco mais crescido, que diplomaticamente lhes disse, apontando para mim, “olhem a senhora...”.
Aquele comentário fez-me pensar. Seria eu assim tão crescida?!

E nesse instante o tempo começou a parar…

Nessa tarde solarenga um insecto, com um tom alaranjado e um corpo que mais parecia um helicóptero, teimava em desfilar a nossa frente.
O mesmo rapaz que tão honestamente me chamara senhora, e que mais tarde vim a saber chamar-se Mário, apressou-se a apanhá-lo e guardá-lo entre as mãos. Perguntei-lhe o que era e ele, contente pela explicação, disse-me que era um tira-olhos. Antevendo a minha curiosidade, logo me foi dizendo, meio a rir, que o bicho não arranca olhos, apenas tem uns olhos muito grandes!
Pedi-lhe para tirar uma foto e esta é a melhor imagem do tira-olhos…





Ainda com o bicho na mão, o Mário mostrou-me que o tira-olhos tem uma espécie de ventosa na cauda, onde se pode prender um pauzinho, o qual se solta no ar quando começa a voar. Para me provar isso mesmo, foi procurar o tal pauzinho mas, na ausência de um, optou por experimentar uma pena. Fiquei preocupada com o bicharoco e perguntei-lhe se ele sabia o que estava a fazer. Prontamente respondeu-me que sim, enquanto enfiava a dita pena no rabo do tira-olhos. Obviamente eu preferiria que ele não o tivesse feito mas o entusiasmo do Mário pela sua mais recente criação era tal que não pude impedir o «artista» de concluir a sua obra.
Por isso, tirei uma foto, e decidi chamar-lhe «instalação do Mário no tira-olhos»




Depois disto, o tira-olhos foi finalmente libertado e todos aguardámos por esse momento mágico em que a pena se iria soltar no céu.
Isso nunca aconteceu…
Nesta altura já os outros dois rapazinhos – o Artur e o Aristides –participavam neste acontecimento único e na discussão sobre o eventual futuro do bicho. A opinião foi unânime: o tira-olhos acabaria exausto a carregar tamanho fardo.

Mas, não foi só de tira-olhos que falámos. Aprendi também a livrar-me de abelhas. E fácil, basta ter um caracol, retirar-lhe aquela coisa peganhenta com um pau, encostá-la as asas da abelha, e esta jamais voltará a voar! E não vale a pena pensar se há sempre caracóis por perto porque me foi garantido que sim!

E muitos outros mistérios foram esclarecidos ao longo desta tarde fabulosa…

No fim, pedi aos três para lhes tirar uma foto. O Artur, acho que por timidez, começou a afastar-se e desapareceu. O Aristides (com a sua palhinha) e o Mário apressaram-se a pousar de forma orgulhosa.
Aqui estão eles…




Esta é, pois, a melhor homenagem que posso prestar a estes meus amigos que me possibilitaram viajar no tempo e voltar a ser criança.
É tão bom…